Blog da Aprende Mais: novembro 2016
quinta-feira, 10 de novembro de 2016
Ensino especial vai ter planos individuais e mais tempo em sala
Escola pública conta com cerca de 70 mil alunos
com necessidades educativas especiais
Marcadores: Aprende Mais; Explicações
Educação Física volta a contar para entrar na faculdade
A nota de Educação Física vai contar, a partir do ano lectivo de 2017/18, para a média no acesso ao ensino superior.
O secretário de Estado da Educação, João Costa, fez o anúncio da medida numa intervenção feita no simpósio “Aprender no século XXI”, que decorreu em Lisboa.
João Costa anunciou ainda que os currículos do ensino básico e secundário irão ser trabalhados no sentido de definir as competências essenciais por disciplina e por ano, com o objectivo de melhor orientar o trabalho de professores, alunos e famílias, anuncia o Conselho Nacional de Associações de Professores e Profissionais de Educação Física.
A nota de Educação Física deixou de contar para a média no ano lectivo 2012/13 para os alunos que iniciassem o 10.º ano e, em 2014/15, deixou de contar para todos os alunos que concluíram o secundário. Actualmente, a nota é tida em conta apenas para a média dos alunos que se candidatam a cursos superiores na aérea de desporto.
A partir do próximo ano lectivo, os alunos que entrem no 10.º ano passarão a ter a nota a contar para o acesso ao ensino superior. Já um aluno que, no corrente ano, esteja no 11º ano, termina o secundário sem que nota de Educação Física interfira na média final.
Mas há mais novidades. No simpósio do fim-de-semana, ficou-se a saber ainda que vai haver mexidas no currículo do ensino básico e secundário, com uma intervenção específica logo no primeiro ciclo, nos primeiros quatro anos de ensino para que a educação física tenha um currículo real, como reclamam os professores.
Num esclarecimento à Renascença, o Ministério da Educação confirma que, num “quadro mais amplo de trabalho em curso com as associações de professores sobre a gestão do currículo, estão a criar-se condições para a valorização da disciplina de Educação Física”.
“Isto assenta num princípio de valorização de todas as áreas do currículo, mas também no desenvolvimento de uma reflexão profunda com o sector, que permita sanar as questões associadas à avaliação nesta disciplina. Depois desta ampla discussão sobre a gestão do currículo no seu todo, qualquer alteração que eventualmente se possa produzir só terá efeito – para os alunos que entrarem no décimo ano – após a publicação da legislação relevante”, prossegue.
As associações de professores de Educação Física estão a trabalhar com a Direcção-Geral de Educação para recuperar a carga horária perdida no tempo do ministro Nuno Crato (governo PSD/CDS). Os professores apontam a Dinamarca como exemplo: os alunos têm educação física todos os dias, na sequência da recente reforma curricular.
In Radio Renascença. 24 outubro 2016.
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terça-feira, 8 de novembro de 2016
Universidades privadas registam crescimento da procura pelo segundo ano
O total de alunos inscritos no ensino superior privado aumentou
pelo segundo ano consecutivo. Os números disponibilizados ao PÚBLICO pelas
instituições de maior dimensão apontam também para um crescimento de cerca de
7% no universo de novos estudantes que entraram neste ano lectivo no 1.º ano
dos vários cursos. Este resultado significa uma inversão na tendência de quebra
da procura no sector que se verificava, consecutivamente, desde o início do
século.
O ensino privado estava a perder alunos desde 1999/2000. Nesse ano lectivo estiveram inscritos nas universidades particulares quase 119 mil estudantes. Uma década depois eram menos 30 mil e a queda continuou até 2014/15, quando o total de alunos no sector se cifrou em 57.299.
No ano passado, contudo, o número de alunos inscritos nos diferentes anos nas universidades particulares cresceu 2,1%. E este ano a tendência é para que esse registo seja melhorado.
De resto, será a primeira vez em 20 anos em que o número total de alunos inscritos sobe em dois anos consecutivos neste sector. “Há alguma recuperação, depois de anos complicados”, valoriza o presidente do centro regional do Porto da Universidade Católica, Manuel Afonso Vaz.
Concentração nas cidades
Ao contrário do que acontece no ensino superior público, em que a generalidade dos novos alunos é colocada por meio de um concurso nacional que dá acesso a todas as universidades e politécnicos, as candidaturas a um curso superior no sector privado são feitas directamente junto de cada uma das instituições de ensino. Por esse motivo, não existem dados centralizados no Ministério da Ciência e Ensino Superior sobre os recém-chegados às instituições privadas. O PÚBLICO recolheu os números relativos às entradas de novos alunos no ano lectivo 2016/17 junto das instituições, tendo obtido respostas de 14, entre as quais se contam as que têm maior dimensão, como a Universidade Católica, a Universidade Lusíada, a Universidade Lusófona e o grupo Laureate, que integra a Universidade Europeia, o IADE e o IPAM.
Em média, a procura do ensino superior privado neste grupo de 14 instituições cresceu 7% este ano. A Universidade Lusíada — que tem pólos em Lisboa, Porto e Famalicão — é a que apresenta um maior de crescimento, tendo visto aumentar em 18% o número de alunos do 1.º ano (acima do que tinha acontecido no ano lectivo passado, quando se registou um aumento de 10%).
A Universidade Católica, por seu lado, apresenta um aumento da procura na ordem dos 10% nos quatro centros da instituição (Lisboa, Porto, Braga e Viseu). Quem também está acima da média é a Universidade Lusófona, que cresceu 8% neste ano lectivo. Tanto num como noutro caso, o crescimento é semelhante ao verificado no ano passado.
Manuel José Damásio, da administração do grupo Lusófona, enquadra este crescimento numa “tendência generalizada de aumento da procura do ensino superior, que também atingiu o ensino público”. Neste ano lectivo, foram colocados 42.958 estudantes na 1.ª fase do concurso de acesso às instituições do Estado, o que representou um aumento de 2,1% face ao ano anterior.
Os maiores grupos do ensino superior privado beneficiam também um “efeito de concentração da procura nos grandes centros urbanos”, analisa Damásio, lembrando que tanto a Lusófona, como a Lusíada e a Católica estão presentes em Lisboa e no Porto. Também no sector público, mais de metade do total de alunos colocados entram em instituições das duas maiores cidades do país.
Ambiente económico
Os responsáveis das instituições contactadas pelo PÚBLICO admitem também que, à semelhança do que aconteceu no sector público, alguma melhoria do ambiente económico do país tenha contribuído para um aumento da procura.
Das instituições que disponibilizaram os seus dados, apenas a Universidade Atlântica não tem, neste momento, mais alunos inscritos do que no ano anterior. No entanto, espera ainda “ultrapassar os números do ano passado” até ao final do período de matrículas, no fim do mês, informa a sua assessoria de comunicação.
Tal como a Atlântica, a generalidade das instituições privadas estão ainda a aceitar novos alunos, pelo que os dados agora disponibilizados são, para já, parciais, embora a esmagadora maioria dos estudantes já esteja a frequentar as aulas. Os números finais da procura do sector só serão conhecidos no início do próximo ano civil.
Para a análise do número de caloiros que entraram no ensino privado este ano, o PÚBLICO teve em conta as seguintes instituições de ensino: os centros regionais do Porto, de Lisboa, de Braga e de Viseu da Universidade Católica; os pólos da Lusíada de Lisboa, Porto e Vila Nova de Famalicão; os pólos da Lusófona de Lisboa e do Porto; o Instituto Piaget; a Universidade Atlântica e o grupo Laureate que inclui a Universidade Europeia, o IADE e o IPAM.
Direito e Gestão no topo das preferências
São dois cursos clássicos e estão entre aqueles que têm maior tradição na oferta do ensino superior privado: Direito e Gestão voltam a estar no topo das preferências dos alunos. Esta é uma tendência que se tem repetido ao longo dos últimos anos e que é transversal a todo o sector. De resto, todas as instituições que disponibilizaram os seus dados ao PÚBLICO incluem estas duas formações entre as mais procuradas. Além destas, encontram-se entre os cursos mais procurados em unidades privadas cursos como Economia, Educação Física e Desporto, Marketing e Comunicação ou as formações no sector da saúde como enfermagem, fisioterapia ou osteopatia.
In Público. Samuel Silva. 23 outubro 2016.
Marcadores: Aprende Mais; Explicações; Ensino Superior
Governo quer "ajustar" notas inflacionadas dos alunos
Os alunos que frequentam escolas que inflacionam as notas internas podem vir a ter as suas classificações "automaticamente ajustadas" no processo de acesso ao Ensino Superior. Esta é uma das medidas previstas no grupo de trabalho, citada pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, em declarações ao Jornal de Notícias. O objectivo é responder à existência de escolas que inflacionam os resultados dos alunos, gerando discrepâncias entre a classificação interna (resultante do trabalho desenvolvido pelo aluno ao longo de todo o ano) e a classificação externa (nota obtida nos exames).
No relatório do grupo de trabalho, coordenado pelo antigo reitor da Universidade do Algarve, João Guerreiro, lê-se que apesar de ser uma prática de um número reduzido de escolas, estas diferenças na classificação são “significativas, persistentes no tempo e têm padrões regionais definidos”. O mesmo grupo reconhece que esta “é uma questão aguda” e acrescenta que “a persistência desses desvios introduz óbvias desigualdades”.
De acordo com a proposta do grupo de trabalho, deverão ser introduzidos limites máximos para os desvios das classificações internas usadas no concurso de acesso. Se as notas internas ultrapassarem este limite repetidamente e durante vários anos, então os alunos da escola que dá a classificação inflacionada podem ser submetidas a ajustes automáticos, para efeitos de acesso ao Ensino Superior.
Em Janeiro de 2015, o Ministério da Educação e Ciência, na altura tutelado por Nuno Crato, revelou os dados sobre a evolução das classificações das escolas, incluindo o chamado “indicador do alinhamento das notas internas atribuídas pela escola face às notas atribuídas pelas outras escolas a alunos com resultados semelhantes nos exames”.
À data, de acordo com as contas do PÚBLICO e com base no Infoescolas, existiam 24 escolas, das quais 14 privadas, onde os professores tinham, entre 2009 e 2013, notas significativamente mais elevadas aos seus alunos do que seria expectável. Eram escolas onde “a certeza estatística do desalinhamento para cima” estava “entre as 10% mais fortes do país”. O que aconteceu em pelo menos quatro dos cinco anos em análise. Em todos os cinco anos analisados foram detectadas pelo menos 15 escolas, das quais 11 são privadas e a maioria no Norte do país, que todos os anos apresentam os maiores desvios.
O relatório do grupo de trabalho explica ainda que estes ajustes podem ser feitos ou através de ponderações que corrigem as notas das escolas ou por ajuste directo da nota interna no cálculo da nota de candidatura. Uma prática que, defende o ministro do Ensino Superior, feita “há muitos anos” nos países anglo-saxónicos e que por isso “é uma questão a discutir”, com o objectivo de “alargar a base social do Ensino Superior”.
O documento foi apresentado esta semana e estará em discussão pública até ao final de 2016. O ministro prevê tomar uma decisão no início do próximo ano, mas sublinha que o seu compromisso “é não fazer nenhuma alteração sem ser consensualizada”. Sendo aprovada, a alteração entrará em vigor três anos depois. Ou seja, se a medida for aprovada em 2017, afectará os alunos que ingressem no 10.º ano em 2017/2018 e que três anos depois estarão a concorrer ao ensino superior.
In Público. 21 outubro 2016
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Empresários pela Inclusão apostam na redução de chumbos no 2.º ano
No ano lectivo passado chumbaram cerca de nove mil crianças de sete anos, que frequentavam o 2.º ano de escolaridade, o que representa 9% do total. É para combater o que classifica como “preocupante taxa de retenção” que a EPIS-Empresários pela Inclusão Social decidiu alargar o seu programa de combate ao insucesso escolar aos alunos do 1.º ciclo.
Até agora esta organização de empresários tinha centrado a sua actividade no 2.º e 3.º ciclos do ensino básico, num programa que, em oito anos, já abrangeu cerca de 22 mil jovens. Este ano lectivo, em parceria com o Ministério da Educação, serão também acompanhadas 1300 crianças dos 6 aos 10 anos de idade, em 84 turmas de 47 escolas públicas, anunciou a EPIS num comunicado divulgação nesta quinta-feira.
O programa para os alunos mais novos passará, numa primeira fase, por um rastreio de dificuldades, realizado na escola e no meio familiar. Depois deste despiste serão desenvolvidas acções de apoio aos alunos, com vista à “potenciação” dos seus conhecimentos e capacidades, nas quais estará envolvido o professor responsável pelos alunos.
A EPIS espera também conseguir mobilizar os pais para estas acções, garantindo-lhes previamente formação para o efeito a ser ministrada pelos seus mediadores, que são a peça central do programa de combate ao insucesso escolar promovido por esta organização.
In Público. Clara Viana. 20 outubro 2016
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