Primeiras "aulas" do ano em mestrado da Nova são dadas por potenciais patrões
Chama-se
"discovery week" e serve para apresentar aos alunos do mestrado
internacional de Finanças, empregadores como a Ernst and Young, a Google e o
Santander. Estudantes dizem que a experiência é "inspiradora".
Para a maioria dos estudantes de
mestrados no setor financeiro, a perspetiva de um dia poderem sentar-se à
frente de um recrutador de uma grande empresa internacional é um sonho que fica
guardado para o final do curso. Mas no caso da Nova School of Business and
Economics (NSBE), a Escola de Economia e Gestão da Universidade Nova, esta
etapa é antecipada...logo para a primeira semana de aulas.
A iniciativa, no segundo ano,
chama-se Discovery Week, decorre até hoje e serve para dar aos 600 alunos
(muitos deles estrangeiros) do mestrado Internacional em Gestão e Finanças CEMS
- oferecido em conjunto por 27 escolas de topo de vários países e classificado
nos primeiros lugares dos rankings do Finantial Times - um primeiro contacto
com responsáveis de multinacionais como a Ernst and Young, a Google e o Santander.
O objetivo, segundo Daniel Traça,
diretor da NSBE, "é levar os alunos a começarem a pensar no seu futuro,
não no últimos minutos do 'jogo', mas logo no início", dando-lhes à
partida informações diretas sobre como funcionam os diferentes mercados de
trabalho onde podem entrar e quais são as expectativas dos empregadores em
relação aos seus quadros. "Muitos alunos que passam por esta experiência,
dizem: "sempre pensei fazer marketing mas agora que conheci a vida das
pessoas que estão nas finanças, penso que talvez tenha mais a ver comigo. Nada
disso seria possível se não houvesse este contacto"", explica.
Da perspetiva dos estudantes, a
oportunidade é importante porque este mestrado tem a particularidade de aceitar
candidatos com formações iniciais de áreas muito distintas da Economia e
Gestão. E muitos estão a ter o primeiro contacto com o mundo empresarial.
É o caso de Alexandra Rombis,
"italiana, meio russa meio francesa" que, fazendo juz às suas origens
diversas, chegou a este curso com uma licenciatura em Relações Internacionais.
"A ideia de conhecer empregadores e empresas das quais talvez tenhamos
ouvido falar mas que nunca conhecemos verdadeiramente em profundidade é muito
interessante, dá-nos uma noção desde o início e penso que é importante", defende.
"Trabalhei durante um ano, por isso de alguma forma tenho uma ideia do
ambiente de trabalho e do mercado de trabalho, mas ao mesmo tempo, estando
aqui, numa área nova, é completamente diferente".
A portuguesa Catarina Ferreira Pinto
descreve um percurso semelhante. "Não venho de Gestão, mas de Arquitetura,
tirei o curso no Técnico", conta. "Não tenho tanto contacto com o
mercado de trabalho como as pessoas que tiraram a licenciatura, que fizeram
muitos case studies de empresas das quais nunca ouvi falar. Ter alguém a
explicar: isto é como o mercado de trabalho funciona, estas são as
oportunidades que existem, as empresas que existem, os tipos de indústrias que
existem, ajuda-nos a perceber quais as cadeiras que queremos escolher",
acrescenta, lembrando que a escola dá aos alunos a possibilidade de trocarem
algumas cadeiras na primeira semana de aulas.
Também Wang Hui, estudante chinês,
fez a formação inicial em Engenharia Química. "Quando acabei o primeiro
ciclo, percebi que não queria fazer isso como major. Por isso, escolhi o master
em Finanças, porque quero encontrar um bom emprego no setor financeiro". O
"ranking muito bom da NSBE", associado à flexibilidade relativamente
à formação inicial, levou-o a escolher Lisboa, onde diz sentir-se "muito
bem. Fiz um curso de verão, de acolhimento, para me ambientar aos professores e
a este ambiente internacional. E Lisboa é uma cidade muito segura",
elogia. Quanto ao contacto com os empregadores, este reforçou-lhe a convicção
de que pretende começar a carreira a trabalhar "no mercado financeiro,
talvez trabalhando num banco ocidental". No futuro, admite "regressar
à China ou ajudar a fazer negócios entre empresas portuguesas e chinesas".
"Tenho ido especificamente às sessões relativas a áreas em que não conhecia
nada sobre os mercados, a sessões de pesquisa, organização, think tanks e
claramente ajuda a ter uma visão global do mercado", concorda o alemão
Florian Lorenz. "É é também muito inspirador, porque não estão a convidar
apenas algumas companhias mas representantes de topo".
12% de alemães
O curso tem dezenas de
nacionalidades representadas. Mas os alemães são, a seguir aos portugueses, um
dos maiores contingentes entre os 600 alunos. Representam 12% do total, ou
seja: 72 alunos. Uma presença que Florian Lorenz explica com a combinação de
"garantias de uma boa educação" com um clima apetecível. "Penso
que as temperaturas, o tempo que faz aqui, são claramente o segundo critério
mais importante nessa decisão", diz, explicando que chegou a Portugal
"tranquilizado pelos relatos de muitos amigos que estudaram aqui" e
não está nada arrependido: "Penso que muita gente aqui já tem amigos. E
estudar entre amigos, nesta cidade vibrante, é uma bênção."
Uma opção
Também Louise Colin, francesa criada
na Bélgica, elogia a atmosfera de Lisboa, onde já tinha estado. No seu caso,
até tinha o mesmo cursos SAMS em Bruxelas, onde vive, mas preferiu optar por
uma experiência diferente. "Na minha cidade, Bruxelas, não gostava muito
da universidade que oferecia o SAMS. No ano passado, cheguei a Lisboa para o
meu Erasmus e descobri que havia o SAMS na Nova e descobri que tínhamos uma
grande escolha, que podíamos personalizar muito o programa", explica,
elogiando os métodos de ensino: "Adoro a forma como ensinam em Portugal,
porque é muito mais moderno do que a França e a Bélgica, talvez porque o
sistema educativo é mais recente. Há inovações na forma de ensino, é mais
interativo, há mais hipóteses de os alunos falarem com o professor. E o ranking
também é muito interessante".
In Diário de Notícias.
Pedro Sousa Tavares. 4 Setembro 2016.Marcadores: Aprende Mais; Explicações; Mestrado
sexta-feira, 9 de setembro de 2016
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