Ensino de português para as comunidades ampliado em 2016/17
O
alargamento do ensino de português às comunidades é uma aposta do Governo, que
tem preparada a abertura de novos cursos em diversos países.
A
criação de uma escola bilingue anglo-portuguesa, a funcionar em Londres, foi
aprovada por acordo entre os governos português e britânico, de acordo com
informações fornecidas ao PÚBLICO pelo secretário de Estado das Comunidades
Portuguesas, José Luís Carneiro.
A
aposta na ampliação da rede do ensino de português no estrangeiro, que sirva os
filhos, netos e outros descendentes de emigrantes portugueses, é assumida pelo
secretário de Estado das Comunidades em nome do Governo de António Costa.
Nesse
sentido, foi já assinada uma declaração conjunta entre os ministros da Educação
de França e de Portugal, depois de os termos do acordo terem sido trabalhados
pelos respectivos ministérios dos Negócios Estrangeiros. Esta declaração
conjunta esteve para ser assinada quando o Presidente francês, François
Hollande, visitou Portugal, mas foi subscrita dias depois, em função dos cortes
introduzidos no programa da visita na sequência do atentado terrorista em Nice.
Este
acordo tem como objectivo “a substituição dos cursos de Língua e Cultura de
Origem pelos cursos de Ensino Internacional de Línguas Estrangeiras”, cujo
arranque está previsto já para o ano lectivo de 2016/17.
De
acordo com José Luís Carneiro, “esta decisão consolida o português como língua
viva no sistema educativo francês” e constitui uma “oferta que, antes de mais,
contempla as comunidades portuguesas e lusodescendentes e, sobretudo, cria
garantias de continuidade no primeiro ciclo do ensino básico”. Os professores
que ministrarão as aulas serão “colocados pelo Estado português”.
O
secretário de Estado garante que a introdução do ensino do português em
França ao nível do segundo ciclo trará como consequência “o encorajar de
uma aprendizagem mais longa, mais profunda e mais integrada da língua
portuguesa”. E anuncia que, “até ao fim do ano, será celebrado um novo acordo
de cooperação educativa” com o Governo francês. Também em França está previsto,
para os cursos já em funcionamento, a abertura de mais dois horários que irão
contemplar 400 novos alunos. O secretário de Estado prevê assim que, em
2016/17, haja “em França um aumento do número de alunos superior a 1200”.
Já
na Alemanha, está previsto o “reconhecimento dos cursos de português nas
actividades extracurriculares obrigatórias”, sublinha José Luís Carneiro,
afirmando que “decorre um trabalho conjunto com as autoridades alemãs, tendo em
vista garantir por parte do Estado alemão o reconhecimento do português como
língua de herança”, bem como “a sua oferta nas actividades extracurriculares
obrigatórias das escolas”.
Na
Alemanha, mas ao nível do acesso ao ensino superior, está a ser negociado entre
os governos português e alemão o alargamento da “oferta da língua portuguesa
como língua estrangeira a partir do 8.º ano de escolaridade e como língua de
exame para o acesso ao ensino superior”, como existe hoje em dia no Estado de
Bade-Vurtemberga.
No
que diz respeito ao Luxemburgo, este ano lectivo será disponibilizada uma
secção portuguesa na Escola de Differdange. Esta medida permite que o português
seja ensinado como “primeira língua opcional e língua materna” aos portugueses
que são a segunda nacionalidade mais representada na nova escola. Também no
Luxemburgo funcionarão, de forma certificada pelo Estado, cursos de ensino de
português para estrangeiros, no âmbito do período extracurricular, explicou
José Luís Carneiro ao PÚBLICO.
De
âmbito global foi criada uma Plataforma do Ensino de Português Língua Materna,
entre o Instituto Camões e a Porto Editora, uma plataforma digital destinada às
“crianças e jovens em idade escolar que acompanham os pais em saídas
temporárias do país”, explicou o secretário de Estado.
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segunda-feira, 26 de setembro de 2016
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