Blog da Aprende Mais: Setembro 2016
quarta-feira, 28 de setembro de 2016
Meus filhos terão computadores, sim, mas antes
terão livros. Sem livros, sem
leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever, inclusive a sua própria
história. Bill
Gates
Investir no estudo da literatura dos clássicos permite a convergência de
todas as hipóteses de realização da língua, associadas ao seu valor
histórico-cultural e patrimonial, essenciais ao estudo do Português.
Na verdade, o texto literário permite desenvolver no aluno as suas capacidades
de compreensão e de interpretação, dada a forma diversificada como nele se
oferece a complexidade textual.
Assim, a leitura dos clássicos aparece organizada de forma
diacrónica.
Deste modo, no 10.º ano, começa-se pela Poesia Trovadoresca, onde os alunos
terão a oportunidade de estudar as cantigas de amigo e as cantigas de amor.
Excertos da Crónica de D. João I de Fernão Lopes, assim como Gil Vicente
(Auto da Alma ou Farsa de Inês Pereira), que apresentam uma visão
histórica e crítica epocal.
Sugere-se também o estudo de Os Lusíadas e as Rimas (Redondilhas e
Sonetos) de Luís de Camões. Propõe-se ainda a análise de cinco capítulos de Peregrinação
de Fernão Mendes Pinto, assim como o Capítulo V da História
Trágico-Marítima.
Seguindo-se a perspetiva diacrónica, no 11.º ano, mantém-se o estudo do Sermão
de Santo António do Padre António Vieira. Temos ainda Correia Garção,
Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa (integral). Poderá ainda optar-se
entre Alexandre Herculano, Lendas e Narrativas: A Abóbada ou
Almeida Garrett, Viagens na Minha Terra, ou ainda Camilo Castelo Branco,
Amor de Perdição. Mantém-se a leitura integral de Os Maias de Eça
de Queirós, que poderá ser complementada por A Ilustre Casa de Ramires
do mesmo autor. Relativamente ao texto poético, sugere-se Antero de Quental e
Cesário Verde.
No 12.º ano, começa-se pela poesia, onde aparece, pela primeira vez, a Clepsidra
de Camilo Pessanha. Quanto a Fernando Pessoa, mantém-se o estudo do
ortónimo, dos três heterónimos (Alberto Caeiro, Ricardo Reis, e Álvaro de
Campos) e da Mensagem. Novidade é a leitura de três fragmentos
selecionados do Livro do Desassossego de Bernardo Soares.
Ao nível do conto, propõe-se a Estranha Morte do Professor Antena de
Mário de Sá-Carneiro e George e Seta Despedida de Maria Judite de
Carvalho e Contos Vagabundos de Mário de Carvalho.
Quanto ao teatro, sugere-se a leitura de as Três Máscaras - Fantasia
Dramática de José Régio.
Os alunos deverão ainda conhecer outros poetas do século XX e escolher três
autores dos seguintes: Jorge de Sena, António Ramos Rosa, Herberto Helder, Ruy
Belo e Fiama Hasse Pais Brandão.
Por último, Memorial do Convento de José Saramago, O Ano da Morte
de Ricardo Reis e História do Cerco de Lisboa do mesmo autor.
Efetivamente, a literatura é um assunto sério; há que assumi-lo. Cabe aos
professores e aos pais transmitir aos mais jovens o valor dos livros para o seu
crescimento, enquanto seres humanos qualificados a todos os níveis.
Saber ler é, hoje e sempre, mais do que uma condição de sucesso pessoal, escolar, profissional e social. É o fator de sucesso coletivo de uma nação. Por isso, o direito à leitura tornou-se uma questão de justiça social, o que implica que uma das grandes prioridades de qualquer sistema educativo seja o desenvolvimento da competência de leitura para todos os alunos.
In Jornal de Notícias. Lúcia Vaz Pedro. 25 Setembro 2016.
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segunda-feira, 26 de setembro de 2016
Projecto
deverá estar concluído no final de 2019.
Três
universidades portuguesas vão fazer um estudo sobre as competências de gestão
das escolas do ensino básico e secundário. São elas a Universidade Católica
Portuguesa, a Universidade do Minho e a Católica
Porto Business School, que venceram um concurso lançado pelo
EDULOG, think tank
da Educação da Fundação Belmiro de Azevedo, para formação de parcerias de
investigação sobre "Competências de Gestão nas Escolas".
O
projecto, intitulado EDUGest -
Gestão escolar e melhoria das escolas, arranca em Janeiro de 2017 e
deverá estar concluído no final de 2019. Durante estes 36 meses, a equipa de
investigadores vai analisar não só os órgãos de gestão e estruturas pedagógicas
das escolas, mas também as suas práticas organizacionais e a gestão que é feita
na sala de aula.
"Recebemos
propostas de investigação muito interessantes e bem fundamentadas, porém esta
proposta sobressaiu pela sua abrangência e coerência. Através deste projecto
esperamos vir a identificar linhas de intervenção para uma melhor gestão
escolar", explicou Alberto Amaral, coordenador científico do EDULOG.
O
consórcio das três universidades vencedoras apresentou como mais-valia a
combinação do trabalho de investigação com três estudos de caso, o que garante
um maior contacto com a realidade escolar portuguesa e seus principais actores,
indicou o gabinete de imprensa da organização.
In
Lusa/Público. 19 Setembro 2016.
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O
alargamento do ensino de português às comunidades é uma aposta do Governo, que
tem preparada a abertura de novos cursos em diversos países.
A
criação de uma escola bilingue anglo-portuguesa, a funcionar em Londres, foi
aprovada por acordo entre os governos português e britânico, de acordo com
informações fornecidas ao PÚBLICO pelo secretário de Estado das Comunidades
Portuguesas, José Luís Carneiro.
A
aposta na ampliação da rede do ensino de português no estrangeiro, que sirva os
filhos, netos e outros descendentes de emigrantes portugueses, é assumida pelo
secretário de Estado das Comunidades em nome do Governo de António Costa.
Nesse
sentido, foi já assinada uma declaração conjunta entre os ministros da Educação
de França e de Portugal, depois de os termos do acordo terem sido trabalhados
pelos respectivos ministérios dos Negócios Estrangeiros. Esta declaração
conjunta esteve para ser assinada quando o Presidente francês, François
Hollande, visitou Portugal, mas foi subscrita dias depois, em função dos cortes
introduzidos no programa da visita na sequência do atentado terrorista em Nice.
Este
acordo tem como objectivo “a substituição dos cursos de Língua e Cultura de
Origem pelos cursos de Ensino Internacional de Línguas Estrangeiras”, cujo
arranque está previsto já para o ano lectivo de 2016/17.
De
acordo com José Luís Carneiro, “esta decisão consolida o português como língua
viva no sistema educativo francês” e constitui uma “oferta que, antes de mais,
contempla as comunidades portuguesas e lusodescendentes e, sobretudo, cria
garantias de continuidade no primeiro ciclo do ensino básico”. Os professores
que ministrarão as aulas serão “colocados pelo Estado português”.
O
secretário de Estado garante que a introdução do ensino do português em
França ao nível do segundo ciclo trará como consequência “o encorajar de
uma aprendizagem mais longa, mais profunda e mais integrada da língua
portuguesa”. E anuncia que, “até ao fim do ano, será celebrado um novo acordo
de cooperação educativa” com o Governo francês. Também em França está previsto,
para os cursos já em funcionamento, a abertura de mais dois horários que irão
contemplar 400 novos alunos. O secretário de Estado prevê assim que, em
2016/17, haja “em França um aumento do número de alunos superior a 1200”.
Já
na Alemanha, está previsto o “reconhecimento dos cursos de português nas
actividades extracurriculares obrigatórias”, sublinha José Luís Carneiro,
afirmando que “decorre um trabalho conjunto com as autoridades alemãs, tendo em
vista garantir por parte do Estado alemão o reconhecimento do português como
língua de herança”, bem como “a sua oferta nas actividades extracurriculares
obrigatórias das escolas”.
Na
Alemanha, mas ao nível do acesso ao ensino superior, está a ser negociado entre
os governos português e alemão o alargamento da “oferta da língua portuguesa
como língua estrangeira a partir do 8.º ano de escolaridade e como língua de
exame para o acesso ao ensino superior”, como existe hoje em dia no Estado de
Bade-Vurtemberga.
No
que diz respeito ao Luxemburgo, este ano lectivo será disponibilizada uma
secção portuguesa na Escola de Differdange. Esta medida permite que o português
seja ensinado como “primeira língua opcional e língua materna” aos portugueses
que são a segunda nacionalidade mais representada na nova escola. Também no
Luxemburgo funcionarão, de forma certificada pelo Estado, cursos de ensino de
português para estrangeiros, no âmbito do período extracurricular, explicou
José Luís Carneiro ao PÚBLICO.
De
âmbito global foi criada uma Plataforma do Ensino de Português Língua Materna,
entre o Instituto Camões e a Porto Editora, uma plataforma digital destinada às
“crianças e jovens em idade escolar que acompanham os pais em saídas
temporárias do país”, explicou o secretário de Estado.
In
Público. São José Almeida. 23 Setembro 2016.Marcadores: Aprende Mais; Explicações
quinta-feira, 22 de setembro de 2016
Lisboa subiu
100 lugares e a Nova de Lisboa caiu na tabela e integra agora o grupo das
501-600.
Há oito
universidades no ranking 2016/2017 da Times Higher Education (THE), um dos mais
prestigiados a nível mundial, noticia o Dinheiro Vivo.
Com a entrada
do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa e da Universidade da Beira
Interior no ranking, numa lista com 980 instituições de 79 países, Aveiro,
Coimbra, Porto e Lisboa são as mais bem posicionadas (grupo das 401-500) num
ranking que passou a ser liderado este ano pela Universidade de Oxford.
A Beira Interior
e o ISCTE entraram directamente para o grupo 601-800.
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quarta-feira, 21 de setembro de 2016
O
prémio foi atribuído pela capacidade de inovação e estratégia em conseguir
aumentar o número de estudantes estrangeiros naquela academia, que atingem os
1319 neste primeiro trimestre.
A
Universidade do Porto (UP) anunciou nesta terça-feira que foi premiada pela
Associação Europeia de Educação Internacional pela inovação e estratégia em
conseguir aumentar o número de estudantes estrangeiros naquela academia, que
atingem os 1319 neste primeiro trimestre.
"A
Universidade do Porto conseguiu atingir as 72 parcerias internacionais que
envolvem perto de um milhar de universidades dos cinco continentes, mais de
7600 mobilidades e um financiamento global de 165 milhões de euros", lê-se
numa nota informativa que a UP enviou nesta terça-feira à comunicação social no
âmbito da distinção da European Association for International Education (EAIE).
O
prémio “Institutional Award for Innovation in Internationalisation” dado à UP
na passada segunda-feira em Liverpool, no Reino Unido, foi recebido pelas mãos
da vice-reitora para as Relações Externas e Cultura da Universidade do Porto,
Maria de Fátima Marinho, acrescentou a mesma fonte da UP.
Uma
das justificações que a UP sustenta para receber o prémio e justificar a
"atitude pró-activa" é o facto de a própria Universidade do Porto
encabeçar a coordenação de 14 destes 72 consórcios (parcerias internacionais)
de instituições de ensino superior, estando também na alçada da UP a
"gestão directa de projectos no valor de 41 milhões de euros".
Com
o galardão da EAIE, a UP vê reconhecida, pela maior associação do sector da
Educação, a estratégia de "promoção da internacionalização" que tem
levado a cabo nos últimos anos, em particular no que diz respeito à
participação e coordenação de consórcios e projectos europeus de mobilidade
internacional de estudantes, docentes e colaboradores.
"No
contexto de crise económica e financeira que se vive no País, agravado pelos
cortes orçamentais às universidades públicas e consequente diminuição dos
apoios à mobilidade internacional, a Universidade do Porto redefiniu a sua
estratégia de internacionalização, passando a dar especial ênfase à obtenção de
fontes de financiamento alternativas", explica aquela instituição,
sublinhando a "atitude pró-activa" adoptada pelo Serviço de Relações
Internacionais nas candidaturas a programas comunitários de apoio ao Ensino e
Formação, nomeadamente o “Erasmus Mundus” e o “Erasmus+”.
No
ano lectivo de 2015/2016, a Universidade do Porto recebeu 3785 estrangeiros,
1769 para grau completo (o curso inteiro na UP), mais 2016 em mobilidade (fazem
seis meses ou um ano em Erasmus ou outros programas de mobilidade).
In Público/Lusa. 20 Setembro 2016.Marcadores: Aprende Mais; Explicações; Universidades
A Universidade Nova de Lisboa subiu quatro lugares no ranking QS
Top 50, que hierarquiza as 50 melhores universidades do mundo com menos de 50
anos, e é a única instituição portuguesa na lista, anunciou a instituição nesta
terça-feira.
A Nova ocupa a 41.ª posição, depois de no ano passado ter
descido para a 45.ª, uma queda em relação a 2014, quando ocupou o 36.º lugar.
É o quarto ano consecutivo em que a universidade repete a
presença na lista. Esta é elaborada a partir do chamado QS University Rankings,
que usa indicadores como o número de citações obtidas pelas publicações
científicas, o rácio professor-aluno ou o número de estudantes e docentes
estrangeiros, diz o comunicado.
A Nova salienta que lidera a nível nacional nos critérios de
internacionalização do corpo docente e de alunos, no rácio professor-aluno e na
reputação junto dos empregadores.
António
Rendas, reitor da Universidade Nova de Lisboa, frisa a “capacidade acrescida
(da instituição) para produzir investigação relevante, proporcionar um ensino
de qualidade internacional e obter reconhecimento junto da comunidade
académica”.Marcadores: Aprende Mais; Explicações, Aprende Mais; Explicações; Universidades
segunda-feira, 19 de setembro de 2016
Em 1998 os adolescentes portugueses estavam entre os que mais gostavam
da escola. Em 2015 estão entre os que menos gostam da escola. A Grande
Reportagem SIC acompanhou uma turma durante um ano letivo e convida-o a entrar
na escola do século XXI. Que escola temos? Que escola queremos? A Escola, o
Futuro e o 9ºH. Próxima quinta-feira no Jornal da Noite da SIC.
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quinta-feira, 15 de setembro de 2016
Os cursos
universitários com as médias de entrada mais altas no ano letivo de 2016/2017
são os seguintes: (Numa escala até 200)
1º -
Engenharia Aeroespacial - IS Técnico – 185,3
2º -
Engenharia Física Tecnológica - IS Técnico – 185,3
3º -
Engenharia e Gestão Industrial - FEUP – 184,8
4º - Medicina -
FMUP – 184,0
5º - Medicina
- ICBAS – 182,5
6º -
Bioengenharia - FEUP – 182,0
7º - Medicina
- U. Minho – 181,7
8º -
Matemática Aplicada e Computação - IS Técnico – 180,5
9º - Medicina
- U. Coimbra – 179,8
10º -
Engenharia Biomédica - IS Técnico – 179,5
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terça-feira, 13 de setembro de 2016
Instituições esperam conseguir ocupar todos os seis mil
lugares com cursos criados a pensar nas necessidades da região.
A
segunda fase de candidaturas ao ensino superior começou ontem e os candidatos
ainda vão ter 8022 vagas para preencher. Destas, 6179 são em politécnicos, que
ficaram com 30% dos lugares por ocupar depois da primeira fase de concurso
nacional de acesso, que colocou 42 958 estudantes.
"Os
dados estão lançados e agora é jogar com as regras que temos: oito mil vagas e
mais de seis mil candidatos que não foram colocados na primeira fase, a somar
aos que não estavam em condições de concorrer na primeira fase e mais os
estudantes dos outros regimes de acesso", aponta Joaquim Mourato,
presidente do Conselho Coordenador do Institutos Superiores Politécnicos
(CCISP). Para já, os lugares vazios não são uma preocupação. "É estimado
que não deve haver um número muito diferente entre alunos e vagas",
acrescenta o responsável.
Porém,
o mais certo é que os candidatos que existem para a segunda fase não vão
escolher precisamente as vagas que faltam ocupar. Isso mesmo reconhece Joaquim
Mourato: "O que vai acontecer é que existem alguns cursos, que por mais
vagas que existam, os alunos não estão interessados. Ficam sempre cursos por
preencher no concurso nacional de acesso, o que não é determinante porque são
em regra preenchidos por estudantes de outros regimes de acesso."
Porém,
os institutos, mesmo sabendo que determinadas ofertas não interessam aos alunos
que acabaram o secundário e entram no superior pelo concurso nacional, têm de
lançar vagas para ter os cursos a funcionar. Já que "é obrigatório. Só
podemos lançar vagas nos concursos especiais tendo como referências as vagas do
concurso nacional, estando limitados a 20% dessas vagas", justifica
Joaquim Mourato.
Uma
alteração que já foi por diversas vezes pedida pelo CCISP, indica o também
presidente do Instituto Politécnico de Portalegre, considerando que "há
cursos que podemos ter apenas para os regimes pós-laboral ou ensino a distância
e que podiam abrir só em concursos locais. Não faz sentido abrir vagas no
concurso nacional". Uma vez que a imagem das instituições acaba por ficar
associada à baixa procura no concurso nacional. Uma menor procura que acaba por
se estender ao interior do país, onde estão 60% dos lugares que ficaram por
preencher agora.
"É
a imagem do interior que sai mal e o país devia envergonhar-se de em pleno
século XXI ainda ter estas assimetrias", considera Joaquim Mourato,
acrescentando que as bolsas de incentivo a quem vai estudar para o interior
deviam já estar a funcionar. Recorde-se que o programa + Superior, que dava
1500 euros aos alunos para estudarem nas instituições menos procuras, foi
reestruturado para apoiar apenas os alunos carenciados que vão para essas zonas
do país e ainda não foram lançadas as novas regras e novas candidaturas.
Apesar
disso, os dados da Direção-Geral do Ensino Superior, apresentados na
sexta-feira, antecipam que no final de todas as fases de acesso e dos concursos
especiais (para maiores de 23 anos, candidatos com licenciatura, estudantes
internacionais e concursos locais), o número de colocados vai chegar aos 70
852.
In
Diário de Notícias. Ana Bela Ferreira. 13 Setembro 2016.
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segunda-feira, 12 de setembro de 2016
Engenharia
Aerospacial e Engenharia Física e Tecnológica, ambos no Instituto Superior
Técnico, são agora os mais exigentes.
Há uma surpresa nos resultados da 1.ª fase do
concurso nacional de acesso ao ensino superior: não é Medicina a encimar a
lista dos cursos com a média mais elevada. Essa tem sido a regra desde que
existe o actual modelo de ingresso no superior, que remonta a 1998, mas este
ano os três cursos onde a entrada foi mais exigente são todos de engenharia.
Na lista dos cursos com a nota de ingresso mais
alta há, desta feita, uma liderança repartida entre dois cursos do Instituto
Superior Técnico da Universidade de Lisboa: Engenharia Aerospacial e Engenharia
Física e Tecnológica. O último aluno colocado em cada um destes dois mestrados
integrados tinha uma média de acesso de 18,53 valores.
O curso de Engenharia Aerospacial (onde foram
colocados 86 alunos) foi-se tornando cada vez mais concorrido ao longo dos
últimos quatro anos e a sua média de acesso cresceu sempre, tendo sido a
segunda mais elevada no concurso do ano passado (18,5). Já Engenharia Física e
Tecnológica (60 novos estudantes) ocupava o quinto lugar, numa lista ainda
dominada pelos cursos de Medicina.
Além destas duas formações da Universidade de
Lisboa, há um terceiro curso de engenharia entre os que tiveram média de
entrada mais alta. Trata-se do mestrado integrado em Engenharia e Gestão
Industrial, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, cuja nota de
acesso foi de 18,48 valores.
Depois destes, aparecem dois cursos de
Medicina, ambos da Universidade do Porto. O último aluno colocado na Faculdade
de Medicina daquela instituição entrou com 18,4 valores, ao passo que a média
de acesso para o mesmo curso no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
foi de 18,25 valores. Logo a seguir a estes aparece um outro da Faculdade de
Engenharia portuense, Bioengenharia, com uma média de acesso de 18,2 valores.
Medicina continua, ainda assim, a ser uma das
áreas mais concorridas e com acesso mais difícil. Há mais um curso da
especialidade com média acima de 18 valores (Universidade do Minho, onde o
último colocado entrou com 18,17). Dos sete cursos existentes — onde entraram
mais sete alunos do que as 1441 vagas inicialmente fixadas —, o que tem a média
mais baixa é o da Universidade da Beira Interior, na Covilhã, com 17,77
valores.
In Público.
Samuel Silva. 11 Setembro 2016.
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Na
1.ª fase do concurso foram colocados 42.958 estudantes, a terceira subida em
três anos. Ministério estima que 78.250 alunos entrem no sistema este ano,
contabilizando todas as modalidades de acesso.
Pelo terceiro ano consecutivo, há
mais estudantes a entrar no ensino superior público. Na 1.ª fase do concurso
nacional de acesso, cujos resultados foram divulgados na madrugada deste
domingo, entraram nas universidades e politécnicos 42.958 estudantes, mais 890
do que há um ano. O ministro do Ensino Superior e os responsáveis das
instituições relacionam este aumento da procura com um clima de maior confiança
dos estudantes e das famílias no sector.
In Público.
Samuel Silva. 11 Setembro 2016.
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Veja aqui todas as colocações:
http://www.dges.mctes.pt/coloc/2016/
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sexta-feira, 9 de setembro de 2016
Chama-se
"discovery week" e serve para apresentar aos alunos do mestrado
internacional de Finanças, empregadores como a Ernst and Young, a Google e o
Santander. Estudantes dizem que a experiência é "inspiradora".
Para a maioria dos estudantes de
mestrados no setor financeiro, a perspetiva de um dia poderem sentar-se à
frente de um recrutador de uma grande empresa internacional é um sonho que fica
guardado para o final do curso. Mas no caso da Nova School of Business and
Economics (NSBE), a Escola de Economia e Gestão da Universidade Nova, esta
etapa é antecipada...logo para a primeira semana de aulas.
A iniciativa, no segundo ano,
chama-se Discovery Week, decorre até hoje e serve para dar aos 600 alunos
(muitos deles estrangeiros) do mestrado Internacional em Gestão e Finanças CEMS
- oferecido em conjunto por 27 escolas de topo de vários países e classificado
nos primeiros lugares dos rankings do Finantial Times - um primeiro contacto
com responsáveis de multinacionais como a Ernst and Young, a Google e o Santander.
O objetivo, segundo Daniel Traça,
diretor da NSBE, "é levar os alunos a começarem a pensar no seu futuro,
não no últimos minutos do 'jogo', mas logo no início", dando-lhes à
partida informações diretas sobre como funcionam os diferentes mercados de
trabalho onde podem entrar e quais são as expectativas dos empregadores em
relação aos seus quadros. "Muitos alunos que passam por esta experiência,
dizem: "sempre pensei fazer marketing mas agora que conheci a vida das
pessoas que estão nas finanças, penso que talvez tenha mais a ver comigo. Nada
disso seria possível se não houvesse este contacto"", explica.
Da perspetiva dos estudantes, a
oportunidade é importante porque este mestrado tem a particularidade de aceitar
candidatos com formações iniciais de áreas muito distintas da Economia e
Gestão. E muitos estão a ter o primeiro contacto com o mundo empresarial.
É o caso de Alexandra Rombis,
"italiana, meio russa meio francesa" que, fazendo juz às suas origens
diversas, chegou a este curso com uma licenciatura em Relações Internacionais.
"A ideia de conhecer empregadores e empresas das quais talvez tenhamos
ouvido falar mas que nunca conhecemos verdadeiramente em profundidade é muito
interessante, dá-nos uma noção desde o início e penso que é importante", defende.
"Trabalhei durante um ano, por isso de alguma forma tenho uma ideia do
ambiente de trabalho e do mercado de trabalho, mas ao mesmo tempo, estando
aqui, numa área nova, é completamente diferente".
A portuguesa Catarina Ferreira Pinto
descreve um percurso semelhante. "Não venho de Gestão, mas de Arquitetura,
tirei o curso no Técnico", conta. "Não tenho tanto contacto com o
mercado de trabalho como as pessoas que tiraram a licenciatura, que fizeram
muitos case studies de empresas das quais nunca ouvi falar. Ter alguém a
explicar: isto é como o mercado de trabalho funciona, estas são as
oportunidades que existem, as empresas que existem, os tipos de indústrias que
existem, ajuda-nos a perceber quais as cadeiras que queremos escolher",
acrescenta, lembrando que a escola dá aos alunos a possibilidade de trocarem
algumas cadeiras na primeira semana de aulas.
Também Wang Hui, estudante chinês,
fez a formação inicial em Engenharia Química. "Quando acabei o primeiro
ciclo, percebi que não queria fazer isso como major. Por isso, escolhi o master
em Finanças, porque quero encontrar um bom emprego no setor financeiro". O
"ranking muito bom da NSBE", associado à flexibilidade relativamente
à formação inicial, levou-o a escolher Lisboa, onde diz sentir-se "muito
bem. Fiz um curso de verão, de acolhimento, para me ambientar aos professores e
a este ambiente internacional. E Lisboa é uma cidade muito segura",
elogia. Quanto ao contacto com os empregadores, este reforçou-lhe a convicção
de que pretende começar a carreira a trabalhar "no mercado financeiro,
talvez trabalhando num banco ocidental". No futuro, admite "regressar
à China ou ajudar a fazer negócios entre empresas portuguesas e chinesas".
"Tenho ido especificamente às sessões relativas a áreas em que não conhecia
nada sobre os mercados, a sessões de pesquisa, organização, think tanks e
claramente ajuda a ter uma visão global do mercado", concorda o alemão
Florian Lorenz. "É é também muito inspirador, porque não estão a convidar
apenas algumas companhias mas representantes de topo".
12% de alemães
O curso tem dezenas de
nacionalidades representadas. Mas os alemães são, a seguir aos portugueses, um
dos maiores contingentes entre os 600 alunos. Representam 12% do total, ou
seja: 72 alunos. Uma presença que Florian Lorenz explica com a combinação de
"garantias de uma boa educação" com um clima apetecível. "Penso
que as temperaturas, o tempo que faz aqui, são claramente o segundo critério
mais importante nessa decisão", diz, explicando que chegou a Portugal
"tranquilizado pelos relatos de muitos amigos que estudaram aqui" e
não está nada arrependido: "Penso que muita gente aqui já tem amigos. E
estudar entre amigos, nesta cidade vibrante, é uma bênção."
Uma opção
Também Louise Colin, francesa criada
na Bélgica, elogia a atmosfera de Lisboa, onde já tinha estado. No seu caso,
até tinha o mesmo cursos SAMS em Bruxelas, onde vive, mas preferiu optar por
uma experiência diferente. "Na minha cidade, Bruxelas, não gostava muito
da universidade que oferecia o SAMS. No ano passado, cheguei a Lisboa para o
meu Erasmus e descobri que havia o SAMS na Nova e descobri que tínhamos uma
grande escolha, que podíamos personalizar muito o programa", explica,
elogiando os métodos de ensino: "Adoro a forma como ensinam em Portugal,
porque é muito mais moderno do que a França e a Bélgica, talvez porque o
sistema educativo é mais recente. Há inovações na forma de ensino, é mais
interativo, há mais hipóteses de os alunos falarem com o professor. E o ranking
também é muito interessante".
In Diário de Notícias.
Pedro Sousa Tavares. 4 Setembro 2016.
Marcadores: Aprende Mais; Explicações; Mestrado
Creio que nada substitui a
leitura de um texto, nada substitui a memória de um texto, nada, nenhum jogo. Marguerite Duras
O texto literário deverá ter sempre
um lugar privilegiado no ensino da língua materna, uma vez que representa a
projeção máxima da multifuncionalidade da linguagem.
Com o novo ano letivo à porta, urge
alertar, mais uma vez, pais e professores para a necessidade de despertar nos
alunos/ educandos a fome da leitura.
Começaremos pelo 1.º Ciclo.
Assim, para o 1.º ano, sugerimos
"Aquela Nuvem e Outras" de Eugénio de Andrade, "As Cançõezinhas
da Tila" de Matilde Rosa Araújo ou "A História do Pedrito
Coelho" de Beatrix Potter.
O 2.º ano tem uma oferta mais vasta:
"Seleção de Contos Portugueses" de Adolfo Coelho, "Bichos,
Bichinhos e Bicharocos" de Sidónio Muralha, "O Têpluquê e Outras
Histórias" de Manuel António Pina, "O Rouxinol e a sua Namorada"
de Sidónio Muralha e ainda "A Viagem das Três Gotinhas de Água" de
Lúcia Vaz Pedro.
Para o 3.º ano, sugerimos "Seleção
de Contos para a Infância" de Guerra Junqueiro, "As Fadas
Verdes" de Matilde Rosa Araújo e os "Contos de Perrault"
traduzidos por Maria Alberta Menéres.
No 4. º ano a sugestão vai para "O
Gigante Egoísta e o Príncípe Feliz" de Oscar Wilde e a "Seleção de
Contos de Andersen" de Hans Christian Andersen.
No que se refere aos livros sugeridos,
há que ter sempre em conta os temas tratados, os géneros e os tipos de texto e
verificar de que modo se adequam ao leitor, tendo em conta o seu nível etário e
escolar.
O sucesso da aprendizagem passa,
forçosamente, por uma sólida e consistente prática da leitura.
Que seja feita sob orientação do
professor ou dos pais que pretendem incutir bons hábitos de leitura aos seus
filhos.
In Jornal de Notícias.
Lúcia Vaz Pedro. 4 Setembro 2016.
Marcadores: Aprende Mais; Explicações; Literatura
Universidade
do Porto continua a ser a melhor portuguesa, mas perde 15 posições. Empresa que
edita a lista associa piores resultados aos cortes no investimento público.

A Universidade de Lisboa subiu mais
de 100 lugares no Ranking Mundial de Universidades QS, cujos resultados são
divulgados esta terça-feira. Na lista elaborada pela empresa multinacional
Quacquarelli Symonds, a instituição da capital é a única nacional que consegue
melhorar a sua prestação, entrando no top 400. A Universidade do Porto continua
a ser a melhor instituição portuguesa, no 323º lugar, mas perde posições, tal
como as outras três representantes.
A QS associa o melhor desempenho da
instituição de Lisboa neste ranking com a “recente fusão da Universidade de
Lisboa com a Universidade Técnica de Lisboa”, lê-se na nota enviada à imprensa.
No entanto, há um ano, quando aparecia listada entre as posições 481 e 490,
aquela universidade já era levada em conta como uma única instituição. Ainda
assim, este ano dá um salto de mais de 100 posições, passando a constar entre
as 350 melhores do mundo – está na 330ª posição.
O Ranking QS é a terceira grande
lista internacional de universidades lançada este Verão, depois do CWUR, o maior
ranking internacional, publicado em Julho, e da lista de Xangai, a
mais antiga, lançada no
mês passado. Portugal teve resultados díspares nessa lista, mas no
ranking QS a tendência é claramente de perda.
A Universidade do Porto
continua a ser a melhor instituição de ensino portuguesa neste ranking, estando
no 323º lugar. Ainda assim, sofre uma quebra de 15 posições. As restantes três
instituições portuguesas presentes nesta lista estão também em queda. A
Universidade Nova Lisboa perdeu 15 lugares e está agora em 366º, ao passo que a
Universidade de Coimbra deixou de ter um lugar no topo 400 (era a 367ª ano
passado) e passa a figurar no intervalo 451 a 460. Já a Universidade Católica
Portuguesa, de Lisboa, a única instituição privada na lista, deixa de estar
entre as 700 melhores universidades, caindo do intervalo 651 a 700 para o
último patamar.
Terão sido os anos da austeridade
responsáveis pela quebra dos resultados do ensino superior nacional neste
ranking? O chefe da Divisão de Pesquisa da QS, Ben Sowter, relaciona o
comportamento das instituições com o investimento que os países fazem no ensino
superior no comentário aos resultados nacionais. “O ranking deste ano revela
que os níveis de investimento têm determinado quem progride e quem regride”,
afirma. “Instituições em países que oferecem altos níveis de financiamentos,
seja por doações ou a partir de recursos públicos, estão a subir no ranking.
Pelo contrário, nações da Europa Ocidental que estão a cortar investimentos em
investigação pública estão a perder terreno para os Estados Unidos e a Ásia.”
O Ranking Mundial de Universidade
das QS, editado pela Quacquarelli Symonds, mede aspectos como a reputação da
instituição, na academia e entre os empregadores, e a internacionalização. A
nível global, o Ranking Mundial de Universidades QS não apresenta grandes
novidades e continua a ser liderado pelo Instituto de Tecnologia do
Massachusetts (MIT), dos Estados Unidos, pela quinta vez consecutiva. As
instituições norte-americanas e do Reino Unido dominam os primeiros lugares na
lista. A única grande mudança foi a descida da Universidade de Harvard, também
nos Estados Unidos, da segunda para a terceira posição, sendo ultrapassada pela
californiana Universidade de Stanford, que era terceira há um ano, ex-aequo com
a Universidade de Cambridge. A histórica instituição britânica é agora a quarta
colocada.
In
Público. Samuel Silva. 6 Setembro 2016.
Marcadores: Aprende Mais; Explicações; Universidades
Inquérito publicado no blogue Com Regras mostra que menos de 10% dos
directores e presidentes de escolas sentem o seu trabalho
"reconhecido" ou "valorizado" pelo Ministério da Educação.

O
inquérito foi realizado em Julho junto de 312 directores e presidentes de
escolas.
Mais
de metade dos directores dos agrupamentos escolares (54,1%) concorda que o calendário escolar passe
para apenas dois semestres, indica um inquérito sobre O que pensam os directores e os
presidentes de Conselhos Gerais sobre questões pertinentes da escola portuguesa,
realizado junto de mais de 300 destes responsáveis escolares.
O
inquérito, a que a agência Lusa teve acesso, indica que 54,1% dos directores de
agrupamentos escolares inquiridos concorda com apenas dois semestres de
calendário escolar, em vez dos tradicionais três períodos lectivos.
Dos
presidentes de Conselhos Gerais inquiridos, apenas 32,8% concorda com essa opção
de dois semestres, mas, no entanto, uma considerável quantidade de presidentes
inquiridos (41,2%) defendem a necessidade de uma "revisão do calendário
escolar".
Os
momentos de avaliação actualmente em Portugal são três, tal como o número de
períodos lectivos. Os três períodos lectivos que existem actualmente são
"desiguais na sua duração", sendo os dois primeiros quase semelhantes
e o terceiro demasiado curto, explicou à Lusa Filinto Lima, presidente da
Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP),
referindo que é o feriado da Páscoa, que é móvel — ora é em Março, ora em Abril
—, o "grande constrangimento" da actual situação.
"Todos
os professores se queixam da pequenez do terceiro período lectivo, que não dá
para nada, a par dos feriados e da realização dos exames do 4.º e 6.º anos em
tempo lectivo, encurtando-o ainda mais", conta Filinto Lima, reconhecendo
que a proposta passa pela criação de dois períodos lectivos, semestrais, com o
mesmo número de dias e dois momentos de avaliação".
Para
o presidente da ADAEP, devem, todavia, manter-se as pausas do Natal, Carnaval e
Páscoa. "Muitos alunos, sabendo que não têm tempo para recuperar no último
período, abandonam a escola ou comportam-se de forma leviana, perturbando as escolas
e o seu ambiente", lamenta ainda o professor Filinto Lima, reiterando que
os períodos lectivos escolares devem ser "equilibrados, com o mesmo número
de dias, e, por isso, defende "períodos semestrais".
O
presidente da ADAEP defende uma "discussão alargada" e com
"tempo para pensar na semestralidade", mas é defensor dos dois
períodos de avaliação, à semelhança do que acontece nas universidades.
Contra
a municipalização
A
maioria dos directores de agrupamentos escolares (89%) e presidentes de
Conselhos Gerais (86,3%) rejeita o actual processo de municipalização escolar,
revela também o mesmo inquérito, da autoria do docente Alexandre Henriques e
publicado no blogue Com Regras.
O
modelo de gestão, a municipalização escolar, a autonomia escolar e o calendário
escolar, são questões "muito importantes" e o estudo mostra que os
principais membros da comunidade escolar — directores de agrupamentos e
presidentes de Conselhos Gerais — "não estão de acordo com o rumo que está
a ser seguido", lê-se na conclusão do inquérito.
Outra
das conclusões do estudo revela que os resultados escolares e as questões
disciplinares continuam a ser o "principal motivo de preocupação de
directores, com as questões disciplinares a surgirem no "topo das
preocupações".
Os
dados revelam também que apenas 8,3% de directores e presidentes de Conselhos
Gerais sentem o seu trabalho "reconhecido" e ou
"valorizado" pelo Ministério da Educação, valores que "deviam
envergonhar e fazer reflectir profundamente os visados", refere o autor do
estudo, Alexandre Henriques.
O
inquérito sobre O que pensam
os directores e os presidentes de Conselhos Gerais sobre questões pertinentes
da escola portuguesa?" foi realizado em Julho deste ano
através da plataforma de formulários Google, compreendendo um universo de 312
directores e presidentes de escolas.
In
Público/Lusa. 6 Setembro 2016.
Marcadores: Aprende Mais; Explicações; Calendário escolar
As the latest QS
world university rankings are released, we take an overview of the results –
and it looks like money talks.
Today, for the 13th time, the QS World University Rankings are released
into the world. Although there is often particular interest in the individual
institutional narratives thrown up by each iteration, closer examination of the
datasets also allows us to discern trends both potential and current from the
higher education landscape.
Perhaps the biggest trend this year is the regressive performance of
Western European institutions. France, Portugal, Germany, and Italy all suffer
to varying extents, but perhaps the most significant tremors are those felt by
the UK.
Taken alone, the University of Cambridge dropping from third to fourth
might represent a minor fluctuation, as might King’s College London falling out
of the top 20. Rather, the small but noticeable drops of 38 of their 48 top-400
universities suggests that storm clouds are gathering over the British higher
education system.
Of more significance, however, are the trends visible when one looks at the
dataset for citations per faculty, a measure of global research impact. Cambridge’s
drop in citations performance is more severe here, while, for the second
consecutive year, the UK has fewer top-100 research institutions than does
China. Across Western Europe, too, research performance as a whole remains
broadly static, while universities in other parts of the world are making
advances apace.
China’s rise is the best example of this, but the universities in Denmark,
Sweden, Belgium, and France also seem to be following a very different
trajectory to those in the United Kingdom, both reputationally and for research
performance.
What’s happening?
As far as the UK is concerned, Brexit is an inadequate explanation. Almost
all of the information used by QS for this year’s rankings was collected well
in advance of 23 June, while a number of their indicators track five years’
worth of data.
Perhaps the rankings indicate that national austerity policy is failing the
nation’s researchers, and the nation’s students.
This year’s £20 million increase to the Higher Education Funding Council
for England’s research budget is both the first since the coalition government
took charge in 2010, and still insufficient to compensate for the real-terms
cuts that came after the 2010-11 academic year. Factor six years of inflation
into the equation, and it becomes clear that the UK government is asking its
universities to do more with less.
The correlation holds across the world. Denmark and Sweden, two of the
three countries to have exceeded the European Unions’s research and development
spending targets, see 12 of their 13 universities improve their research
performance. France, which only recently reneged on the promise of €256m
(£200m) worth of education cuts after an outcry from the academic world – while
still cutting almost half of the proposed sum – sees consistent drops both
overall and for research impact.
The US, whose universities receive substantial private funding by means of
endowments, hold all of QS’s top three places for the first time. Brazil, in
the midst of its worst recession for decades and harbouring a higher education
system with troubling inequities in terms of both funding and access, sees
every single one of its ranked universities fall for research quality for the
second consecutive year.
Decreases in funding do not only affect QS’s research indicators. They also
affect, indirectly, other indicators like international faculty ratios and
academic reputation scores. A nation’s ability to provide world-class teaching
and research is, in part, contingent on its ability to attract outstanding
academics and students from abroad.
Before Brexit
Much has been made of the potential for Brexit to adversely affect the UK’s
desirability as a student destination, but this year’s rankings also indicate
that the UK is also – already – becoming a less attractive destination for
foreign academics. More than half of the UK’s universities are seeing drops in
their international faculty ratio score, and it is important to note that the
majority of the data used for this year’s rankings was sourced pre-Brexit.
It is difficult to foresee UK scores for indices of internationalisation
improving as research budgets remain static, as uncertainty remains for
students about the potential costs of tuition, and as uncertainty remains for
academics both national and international about their funding sources.
It is here, too, that the use of reputational indicators becomes of
essential importance. Governmental policy-makers, students both aspiring and
current, and university administrators would all do well to remain aware of
present feeling in the global academic community. QS’s Academic Reputation
survey is, to date, the world’s largest aggregation of feeling in this
community.
That well over two-thirds of Western European universities see their
standing among academics reduced suggests a number of troubling things about
the state of European academia. It is difficult to ignore the correlation
between increasing publishing pressures, reduced budgets, fears around the
seemingly relentless marketisation of higher education, and the belief that
Western Europe’s universities are becoming more stressful, less attractive
places for those academics upon whom they depend.
In The Guardian. Jack Moran. 5 Setembro 2016.
Marcadores: Aprende Mais; Explicações; Universidades
sexta-feira, 2 de setembro de 2016
A
maioria das pessoas fala mais do que uma língua, o que indica que o cérebro
pode ter evoluído de modo a funcionar em várias linguagens. Se assim for, o que
perde quem fala apenas um idioma?
Em
todo o mundo, mais de metade das pessoas (60 a 75 por cento, dependendo das
estimativas) falam pelo menos dois idiomas. Assim, ser monolingue, como são
muitos falantes de inglês, é estar em minoria, e talvez ficar a perder.
O
multilinguismo tem demonstrado muitas vantagens ao nível social, psicológico e
de estilo de vida. Os investigadores estão também a descobrir uma vasta série
de benefícios de saúde que resultam de falar mais do que uma língua, incluindo
a capacidade de recuperar mais rapidamente após um enfarte e a manifestação
mais tardia dos sintomas de demência.
Os
bilingues realizam certas tarefas muito melhor do que os monolingues – são mais
rápidos e mais precisos.
Ao
longo do tempo, grupos diferentes de humanos primitivos terão começado a falar
idiomas diferentes. Depois, de forma a poderem comunicar com outros grupos –
para fazer trocas, em viagem, etc. – alguns dos membros de uma família ou grupo
teriam de aprender outros idiomas. Pensa-se que as primeiras palavras poderão
ter sido proferidas há 250 mil anos, depois de os nossos antepassados terem
começado a andar apoiados em duas pernas.
O
bilinguismo era desaconselhado, e afirmava-se que as crianças bilingues
poderiam confundir-se com as duas línguas e vir por isso a ser menos
inteligentes, a ter menos autoestima, a ter comportamentos desviantes ou até
mesmo a desenvolver dupla personalidade ou esquizofrenia. Esta visão manteve-se
até há muito pouco tempo, e acabou por desencorajar muitos pais imigrantes de
falar com os filhos nas suas línguas maternas.
Diversos
estudos publicados ao longo da última década têm revelado que os bilingues
desempenham melhor uma série de tarefas cognitivas e sociais do que os
monolingues, desde testes verbais e não-verbais à facilidade de “ler” os
outros.
Maior
capacidade de concentração e de resolução de problemas, maior flexibilidade
mental e facilidade de executar múltiplas tarefas em simultâneo são,
manifestamente, competências preciosas na vida quotidiana. Mas talvez a
vantagem mais entusiasmante do bilinguismo ocorra na velhice, quando a função
executiva tende a entrar em declínio: ao que tudo indica, o bilinguismo pode
funcionar como defesa contra a demência.
Aliás,
segundo o neuropsicólogo cognitivo Jubin Abutalebi, da Universidade de San
Raffaele, em Milão, é possível distinguir bilingues de monolingues apenas ao
olhar para imagens obtidas a partir dos respetivos cérebros. “Os bilingues têm
significativamente mais massa cinzenta do que os monolingues no córtex
cingulado anterior, e isso deve-se ao facto de o usarem com muito mais
frequência”, afirma. O CCA funciona como um músculo cognitivo, acrescenta:
quanto mais se usa, mais forte, maior e mais flexível se torna.
Tal
como precisamos de fazer exercício físico para manter saudáveis corpos que
evoluíram para se adaptar ao estilo de vida fisicamente ativo dos
caçadores-recoletores, talvez devêssemos começar a fazer mais exercícios
cognitivos para manter a forma mental, sobretudo se falarmos apenas uma língua.
Como demonstra a investigação
recente, não é tempo perdido. O bilinguismo pode ajudar as nossas cabeças a
trabalhar melhor e até mais tarde, pela velhice dentro, o que pode vir a ter um
enorme impacto na forma como ensinamos os nossos filhos, assim como na nossa
relação com os idosos.
In Observador. Tradução: Francisca Cortesão. 1 Setembro 2016. Marcadores: Aprende Mais; Explicações; Bilingue